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Nove mulheres que moldaram a cena do rap nacional

Com rimas afiadas e atitude inegociável, foram elas que desafiaram a cena do rap, até então dominada por vozes masculinas, e, assim, ajudaram a escrever uma nova história.


Foto: Acordes em Pauta
Foto: Acordes em Pauta

Suas trajetórias são sobre resistência e reinvenção. Cada uma, à sua maneira, expandiu o som das periferias, deu nome às dores e às vitórias de um país inteiro e provou que o microfone também é território delas.


Nesta lista, escolhi a dedo nove mulheres que moldaram a cena do rap nacional - e continuam inspirando quem vem depois.


Kmila CDD


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Foi rimando com seu irmão, MV Bill, que Kmila CDD entrou para a história do rap nacional. A participação da rapper na icônica “Estilo Vagabundo” (2007) apresentou ao grande público seu flow inconfundível e uma presença impossível de ser ignorada.


Cria da Cidade de Deus, a artista aborda a realidade do lugar em que cresceu e apresenta sua perspectiva sobre temas cotidianos e as mulheres da comunidade em suas músicas. Em agosto deste ano, Kmila lançou seu último EP, “Quebra-Cabeça”, com três faixas (e suas versões instrumentais).


Dina Di


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Se você quer história, então toma! Viviane Lopes Matias, conhecida como Dina Di, foi a grande precursora do rap feito por mulheres no Brasil. Integrante do grupo Visão de Rua, formado na década de 1990 em Campinas, Di provocou reflexões sobre violência urbana, desigualdade social e machismo em suas rimas.


Ela faleceu em 2010, vítima de uma infecção hospitalar. Sua arte continua viva em todas as meninas que vieram depois.



Rubia RPW


Foto: Reprodução/Instagram
Foto: Reprodução/Instagram

Referência para artistas de São Paulo, como Criolo e Emicida, Rúbia escreveu seu nome na história do rap nacional ao lado de seus amigos Paul e W-Yo. Juntos, eles formaram o RPW, grupo de sucesso nos anos 1990, que ficou conhecido pelo estilo “bate-cabeça” e pelo single “Pula ou Empurre” - música em que Rúbia já convocava outras mulheres para o movimento. Após 25 anos de atividade, o grupo chegou ao fim em 2016.



Cris SNJ


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

São 25 anos a serviço do rap nacional. Cris entrou oficialmente para o grupo SNJ - sigla para “Somos Nós a Justiça” - em 2000, quatro anos após a formação original, em 1996. Desde então, a rapper não saiu do grupo, mesmo com as diversas mudanças e formações. Militante do rap e voz do feminismo, Cris lançou o icônico álbum solo “Evoluindo Através dos Tempos” em 2017.



Nega Gizza


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A história de Nega Gizza, nome artístico de Gisele Gomes de Souza, se confunde com a história de milhares de mulheres da periferia. “Adotada” por MV Bill após a perda do irmão, ela serviu ao rap não apenas fazendo música, mas também comunicando.


Foi apresentadora de programas de rádio sobre o gênero, sendo pioneira também nessa função. Gizza venceu o Prêmio Hutúz em 2001, na categoria “Melhor Demo de Rap”. O álbum “Na Humildade” (2000) é considerado um marco no rap feminino no Brasil.


Negra Li


Foto: Reprodução/Instagram
Foto: Reprodução/Instagram

Foi com a rapaziada da zona Oeste, o RZO, que Negra Li foi apresentada à cena do rap nos anos 1990. Na companhia de Hélião, Sandrão e DJ Cia, a jovem Liliane de Carvalho fez parte de uma das mais significativas movimentações do rap paulista e se tornou um ícone não apenas da música, mas do estilo único dos anos 2000.


Com uma voz inconfundível, ela investiu em uma carreira solo e marcou a década seguinte com diversos hits, entre eles “Você Vai Estar na Minha” e “1 Minuto”. A cantora agrega parcerias com Skank, Charlie Brown Jr., D Black e Sabotage em seu portfólio.


Em maio deste ano, ela lançou seu último projeto, O Silêncio Que Grita - já comentado aqui neste blog. Uma lenda (viva e em atividade) do rap nacional!




Karol Conká


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Mamacita fala, vagabundo senta! Embora haja inúmeras polêmicas envolvendo o nome de Karol Conká durante sua participação no BBB em 2021, a relevância e a competência da rapper curitibana são inegáveis.


Como ela mesma disse, tem uma carreira bem bonita aqui fora! Karol lançou seu primeiro EP em 2001 - que eu considero um dos melhores do rap nacional - mas foi com o álbum Batuk Freak (2013) que alcançou o mainstream e ditou tendências no rap e na música pop da época.


No ano seguinte, Conká lançou, em parceria com Tropkillaz, o maior hit de sua carreira, “Tombei”. Feminismo, empoderamento, luta antirracista, diversão e sexo são temas recorrentes nas músicas da rapper.


Flora Matos


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Essa, para quem me segue e me conhece, sabe que dispensa comentários! Flora tem uma discografia cheia de nuances, boas rimas, ótimas letras e um flow único. Dona de uma versatilidade rara na cena, ela consegue misturar grime, drill e boom-bap com trap, samba e afrobeat.


Sua primeira mixtape, “Flora Matos vs Stereodubs” (2009), foi um divisor de águas, unindo rap, R&B e eletrônico com uma pegada única. Mas foi com seu icônico e monumental álbum “Eletrocardiograma” que Flora se firmou na história do rap nacional como uma das rappers mais geniais da cena.


Sharylaine


Foto: crewactive
Foto: crewactive

Eis a primeira mulher (solo) a fazer um registro de rap no histórico disco “Consciência Black” de 1989. Anos depois, seguiu gravando seus álbuns, inclusive com bandas internacionais, tendo um vasto histórico de circulação no universo do entretenimento musical.


Sharylaine é reconhecida nacional e internacionalmente por seu trabalho, pioneirismo e resistência - sendo uma das únicas rappers em atividade desde o início.

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