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“Serena & Vênus” reforça a genialidade de Tasha & Tracie

Na última quinta-feira, 25 , Tasha & Tracie entregaram “Serena & Vênus”, um álbum que mistura a essência do rap clássico com batidas de funk e R&B, além de flertar bastante com o pop - como já fizeram no single “Mulher Maravilha”.


Foto: Divulgação. Ilustração por Jota Ghetto.
Foto: Divulgação. Ilustração por Jota Ghetto.

O disco traz 21 faixas - incluindo a intro e três interlúdios - e constrói a narrativa de uma mulher que se envolve com o crime, se apaixona por um bandido, acaba presa e experimenta de perto o peso e a solidão do sistema prisional.


Gravado e produzido no estúdio proprietário das gêmeas, o disco evidencia a autonomia criativa das gêmeas e mostra como elas dominam cada detalhe do processo, do início ao fim.



Com participações de peso de Liniker, Bivolt, Bitrinho, DJ MF, Dona Kelly, Cecéu Muniz, Nath Fischer e MC Marks, cada faixa funciona como um capítulo dessa história, preservando a linearidade do disco e se conectando de forma cuidadosa.


Posso dizer que um artista que se preocupa com a forma como uma música começa e termina, buscando manter a constância de um álbum, está em um nível acima dos demais.


Um bom exemplo está na parte final do disco: a sequência de “Superstar”, com influência de house; “Chefuxa”, com ar de R&B; “Cara Fechada”, guiada por um beat de funk; e “Eu Diria”, que resgata o rap clássico. Todas essas faixas se entrelaçando de maneira excepcional.


Foto: Divulgação. Ilustração por Jota Ghetto.
Foto: Divulgação. Ilustração por Jota Ghetto.

Aliás, falando em pensar de forma cuidadosa, até a capa do disco carrega esse pensamento. Embora a narrativa de “Serena & Vênus” seja fictícia, ela se entrelaça com a trajetória pessoal das irmãs, já que os pais de Tasha & Tracie também vivenciaram o sistema prisional.


A arte da capa resgata essa memória de forma sensível: inspirada nas cartas manuscritas que a mãe enviava da prisão para as filhas, sempre escritas com caneta azul e repletas de desenhos. Esses registros serviram de base para a criação do artista Jota Guetto, amigo das gêmeas.


Só posso dizer que, mesmo tendo grandes expectativas para o trabalho delas, ainda assim conseguiram me surpreender. Flow único, beats originais e uma capacidade acima da média de se reinventar e mostrar por que são nomes de destaque do rap da nova geração.

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