Previsões de indicações ao Grammy: quem vai levar o Álbum do Ano?
- LUIZA HELENA DA ROCHA
- 6 de out.
- 4 min de leitura
Depois de um último Grammy recheado de lançamentos estrondosos e um alto nível de disputa, a 68ª edição me parece mais discreta e, com certeza, mais imprevisível em relação ao evento que aconteceu em fevereiro deste ano. Vale lembrar que o período de elegibilidade para o Grammy foi de setembro de 2024 a agosto de 2025.

Se você quer um favorito claro para o prêmio principal da noite, seria ele: Kendrick Lamar. E, com certeza, vai parecer que você já viu esse filme antes, visto que ele dominou o Grammy de 2025 - há apenas sete meses - com cinco vitórias por seu sucesso “Not Like Us”, incluindo Música e Gravação do Ano (duas das quatro principais categorias da noite).

Creio que o único ponto negativo para "GNX" não levar o prêmio seja justamente esse: o fato do rapper já ter ganho muitos prêmios na última edição. Querendo ou não, o público e a academia sempre anseiam por algo “novo”. Por outro lado, a jornada de redenção é sempre a mais ansiada pelas pessoas que acompanham a premiação - e, nesse quesito, Kendrick Lamar nunca ganhou o gramofone de “Álbum do Ano”, apesar de ter tido quatro de seus álbuns anteriores indicados (incluindo o magnífico e aclamado “Damn”, em 2018).
E, da mesma forma que Lamar foi destaque do Grammy este ano e, no outro final de semana, estava brilhando no Super Bowl, há grandes chances de essa história se repetir - porém, para outro cantor: Bad Bunny.

O cantor porto-riquenho se tornou uma das maiores estrelas da música global e, com certeza, terá seu álbum “Debí Tirar Más Fotos” entre os favoritos da premiação. Do mesmo modo que a presença de um artista latino de língua espanhola em um espaço de tamanha visibilidade nos Estados Unidos foi recebida como um gesto simbólico, ele ganhar o prêmio mais cobiçado da noite pode se tornar um feito histórico na premiação.
Se fosse há alguns anos, eu diria que esse feito seria praticamente impossível. Mas, agora, com a nova bancada da academia, diria que é bem provável que aconteça - justamente pelo reconhecimento da diversidade cultural do país nos tempos políticos atuais.
E, se já falamos de redenção aqui, há outro nome na lista de possíveis indicados que pode surpreender: The Weeknd, com o álbum “Hurry Up Tomorrow”. Isso porque o cantor fez seu retorno ao palco do Grammy, de surpresa, na última edição. O canadense estava afastado da premiação e promovia um boicote à academia desde que o álbum “After Hours”, um dos maiores sucessos de 2020, foi esnobado no Grammy de 2021.

Bom, agora que fizeram as pazes, talvez sobre para ele um prêmio de consolação. E isso nem digo porque o álbum esteja ruim, mas sim porque há outros nomes mais fortes à frente dele.
E esse mesmo motivo é plausível para uma possível indicação do álbum “Swag”, de Justin Bieber, depois das inúmeras vezes em que o Grammy ignorou o cantor. E deixo aqui registrado que isso justifica apenas uma possível indicação, porque o álbum está longe de ser um dos melhores do ano…
Tyler, the Creator também aparece na lista dos cotados com o maravilhoso álbum “Chromakopia” (apesar de também ter submetido seu último lançamento, “Don't Tap the Glass”).

No caso, se for pra escolher entre os dois, aposto que “Chromakopia” será a escolha para concorrer, por conta de todo o sucesso e repercussão que teve - e acharia justíssimo se levasse o gramofone para casa. Que put@ álbum bom!
Outra lenda da música que está cotada para concorrer na categoria é a cantora Lady Gaga, com seu oitavo álbum, “Mayhem”. Possivelmente, ela será uma das artistas mais indicadas da noite, tendo várias músicas submetidas a outras categorias, além do álbum em si.

Mas acho pouco provável que ela leve o principal prêmio - talvez o de “Melhor Álbum Pop”, concorrendo diretamente com Sabrina Carpenter e o álbum “Man’s Best Friend”, que também pode estar entre os indicados a “Álbum do Ano”. Sempre tem a cota dos pop hits do TikTok entre adolescentes. Mas já aprendi que não posso subestimar a capacidade do Grammy de fechar os olhos e premiar trabalhos assim, principalmente depois de “Harry's House” ganhar de “Renaissance” em 2023.
E, se existe a cota “modinha”, com certeza também há a cota de álbuns não tão ouvidos mundialmente, porém bons. E, nesse nicho, eu colocaria Jon Batiste com “Big Money”, Elton John & Brandi Carlile com “Who Believes in Angels?” e Leon Thomas com “Mutt”.
Laufey, com “A Matter of Time”, e Kali Uchis, com “Sincerely”, também são boas apostas para concorrer na categoria pela primeira vez.

Vale lembrar que o prêmio mais cobiçado da noite conta com oito indicações e, apesar de todas as apostas, o resultado sempre consegue nos surpreender - e é aí que mora o amor e o ódio pela academia.
A lista oficial das indicações sai no dia 7 de novembro. E podem ter certeza de que, a partir desse dia, eu entrarei novamente em fase de hiperfoco.




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